Einsamkeit

Publicado: fevereiro 9, 2011 em Uncategorized

 

Sozinha no escuro, onde poucas luzes queriam invadir o espaço, nenhum som, exceto o meu, me dei conta de que a solidão era uma pessoa desconfortável e tênue. Naquela penumbra dei de cara com um espelho me encarando, gostei do que vi, mas esse narcisismo é fajuto e indúravel. Sem rugas e marcas de velhice, por hora, o alívio e a necessidade de saber que a noite continua intacta lá fora. Por que, meu Deus, por que odiar a solidão? Logo ela, sorrateira, senta do nosso lado com uma pergunta sussurrada: “Quer companhia?”. Joga-se a culpa em suas costas, ainda quentes, pelo desconforto da nossa alma quando a dor invade e não há ninguém que nos ofereça uma dose. Ela sempre fica ali no canto, parada e esperando o momento certo de sentar e esperar o que tens a dizer. Pelo silêncio, ela compreende. A dor que sentimos não é a solidão invadindo.Mas não havia dor, ela estava lá, tímida e invisivel. Certamente perguntando-se onde estavam meus amigos ou meus amores. Ou por que eu não estava dançando em alguma pista, ou se jogando nos braços de alguém. Compreendi que não era uma ironia, era apenas uma pergunta. Estúpida, mas era uma pergunta. Respondi que era assim como eu deveria estar. A solidão não é boba, eu estava mentindo. Ninguém fica sozinho porque quer. Será? O espelho mostrava meu rosto inexpressivo. Sem dor, sem esperança, esperava pela resposta e pela noite cair. O rímel estava borrado, meu cabelo bagunçado. Vi e gostei. E a solidão estava impregnada naquela face do espelho, querendo esboçar um sorriso acolhedor. E eu pela primeira vez, correspondi.

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